sexta-feira, 12 de agosto de 2011

SARACURAS, SANÃS e FRANGOS D’ÁGUA

SARACURAS, SANÃS e FRANGOS D’ÁGUA

Lembram galinhas na aparência e vivem perto da água, entre a vegetação; a maioria é detectada pela voz. Alguns frangos d’água nadam.

O GÊNERO ARAMIDES. Inclui saracuras  grandes e coloridas com bico longo, de brejos e matas inundadas. São mais avistadas que os outros ralídeos; caminham de cabeça erguida, mexendo a cauda, sempre arrebitada. Tem vozes potentes e características.

TRES POTES    Aramides cajanea
Relativamente comum, de ocorrência ampla em brejos e áreas alagadas. Bico esverdeado, com base mais amarela por cima, oliváceo; cabeça, pescoço e peito cinzentas, coroa mais marrom, garganta mais clara. Alaranjada por baixo; rabadilha, cauda e baixo ventre pretos; pernas vermelhas. Ao voar as penas de voo ferrugíneas ficam visíveis.

Em geral arrisca, costuma permanecer oculta na vegetação. Deixa refúgio da folhagem para se alimentar em bancos de lama  e podem também cruzar estradas. Enfia o bico na lama e no folhiço; atira folhas para os lados. Canto potente, familiar mais ouvido ao amanhecer ou no crepúsculo (ás vezes a noite). Pode ser um “teres pot” ou variações, repetido e seguido por “pot pot pot...”; em dueto ou em coro, pode soar como “três potes”(daí o nome popular). Ás vezes o coro dura vários minutos, soando meio alucinado.



FRANGO D’ÁGUA COMUM  Galinulla chloropus
Escasso , de ocorrências localizada na beira e arredores de baías e brejos. Escudo frontal e bico vermelhos, este com ponta amarela. 


 Adulto cinza escuro, mais marrom nas costas e asas, mais preto na cabeça e pescoço, co uma faixa branca bem visível no flanco e lados do crisso brancos. Imaturo mais apagado e claro, sobretudo por baixo, mais já com branco no flanco e crisso. Compare o jovem com o do frango d’água-azul, bem mais amarronzado.



Nada com frequência, em geral movendo a cabeça para diante e para trás; também caminha sobre a vegetação de brejo ou em terreno encharcado, mexendo a cauda a cada passo. Voo fraco, em geral rente à água. Da vários chamados grasnados, muitas vezes por longo tempo, “krã...krã...”, um “kreeenh” áspero e um “kréréréré, kré,  kré , kré, kré”, mais complexo.


FRANCO D’ÁGUA AZUL  Porphyrula Martinica
Comum em brejos e á beira de lagoas e baías. Ás vezes colocado no gênero Porphyrio. Adulto vistoso, inconfundível, por cima, verde azulado com reflexo bronzeado, escudo azul claro na base do bico. Vermelho com ponta amarelo esverdeada.

Cabeça, pescoço e partes inferiores azul violáceo, mas escuro no baixo vente, crisso branco, pernas e pés amarelos, dedos longos. Imaturo mas apagado: bico e pernas amarelados, marrom por cima , tom azulado na asa, branco por baixo, peito pardacento, crisso branco, compare com o frango d’água pequeno, bem menor e com o imaturo frango d’água comum, mais cinzento, sobretudo por baixo. 





Os dedos muito longos permitem lhe andar sobre as plantas flutuantes, matem a cauda erguida, expondo o crisso. Raramente nada, e pode escalar a vegetação arbustiva. Tem voo fraco e lento, mas voa grandes distâncias e pode aparecer em locais inesperados. Dá vários cacarejos e grasnados, o mais comum é um “kã”, muitas vezes numa série rápida como “kãkãkãkã karra ka

PICAPARRA   Heliornis fulica
Escasso, de ocorrências localizado em cursos d’água  lentos e lagoas brejos, em meio à mata. Pertence á família dos heliornitídeos. Ave aquática discreta, de cabeça pequena e pescoço esguio; em geral vista nadando.



No geral, marrom oliváceo por cima, branco por cima. Bico curto e reto, bicolor. Coroa e nuca pretas com sobrancelha branca e estria branca descendo pelo pescoço. Fêmea com face canelada; na época de cria tem maxila e anel ocular vermelho. Cauda longa e larga, preta com fina faixa branca na ponta. Pernas estriadas de preto e amarelo, pés lobados com rajado com preto e amarelo (visível fora d’água).


Silhueta mais arredonda que a de mergulhões ou patos (que não tem cabeça e pescoço estriados de preto e branco). Compare com a jaçanã imatura. Em geral é vista nadando sozinha, com a maior parte do corpo submersa, as vezes só o pescoço de fora; move a cabeça e o pescoço para diante e para trás. Fica perto da vegetação, preferindo locais onde elas se projeta por cima da a água; se perseguida ao nadar, pode escalar a folhagem baixa e densa, sumindo totalmente. Voo fraco em geral curto; costuma chapinhar pela superfície antes de levantar voo o macho tem dobras de pele sob as asas, onde abriga os filhotes e carrega-os em voo. Em geral silenciosa, na época das cheias da chamados fortes e anasalados , “kA,kA-ka!” repetidos, lembrando um cachorrinho ou um “kro-kro,ko-kuá!”mais grave, que lembra vagamente uma saracura.


JAÇANà Jacana jacana
Comum de ocorrência ampla em brejos e a beira d’água; como outras aves aquáticas. Pertence a família dos jacanídeos. Bem peculiar, com dedos e unhas extremamente longos(em campo, vistos de imediato), que lhe permite andar com desenvoltura sobre a vegetação flutuante.Bico amarelo, escudo frontal bilobado e barbelas vermelhas.


Adulto com cabeça, pescoço e partes inferiores pretos; por cima castanho ferrugineo. Em voo, veem se as penas de voo amarelo esverdeados, inconfundíveis. Tem um esporão no “ombro”, visível quando a ave fica um instante  aberta após pousar.



Imaturo bem diferente, sem vermelho no bico mais já com penas de voo amarelo esverdeados; marrom  por cima, com coroa e nuca pretas e sobrancelhas branca bem visível; branco por baixo.Plumagem  intermediarias, manchadas de preto, são comuns.Adulto e imaturo são inconfundíveis:nenhum ralídeo tem pés tão longos, amarelo na asa ou sobrancelhas. Compare com o picaparra. Atraente e chamativo, e vista na vegetação alagada ou na lama, às vezes em grupinhos, que se juntam, sobretudo quando a água baixa. Voo em geral rasteiro com asas flexionadas, pescoço estendido e as longas pernas e pés esticados para trás. Barulhentas, dá vários chamados fortes , cacarejos e matraqueados. Se assustada, dá um voo curto, gritando, mas ao contrário de outras aves paludícola, mantém se á vista. Seu sistema reprodutivo é peculiar: vários machos vivem no território de uma fêmea que é um pouco maior. O macho é responsável por incubar os ovos e criar os filhotes.


PAVÃOZINHO-DO-PARÁ  Eurypyga helias

Comum nas margens florestadas de lagos, riachos e rios, mais numeroso no Pantanal. Pertence à família dos Euripigídeos. Inconfundível com cabeça pequena, pescoço esquio e colorido complexo. Bico longo e reto, mandíbula amarela ou laranja, olho vermelho. Cabeça preta com duas longas estrias brancas, dorso marrom-enegrecido barrado de pardo. 


Coberteiras da asa com grandes pintas brancas. Garganta branca, pescoço e peito ferrugíneos barrado e vermiculados com preto, barriga parda, pernas curtas e amarelas. Em voo, grande mancha parda e ferrugínea nas primárias, duas faizas pretas e castanhas na cauda. Solitário, caminha à beira da água com passos lentos, movendo a cabeça e o pescoço para diante e para trás. Se ameaçado, estica-se para diante e gira o corpo de um lado a outro, com asas e cauda bem abertas, exibindo seu belo colorido.




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