terça-feira, 20 de setembro de 2011

PAPA-FORMIGAS Tamnofilídeos

Formam um grupo grande e variado de insetívoros florestais, de porte pequeno ou médio, não comem formigas, mas muitas espécies seguem correições (exércitos de formigas) para capturar insetos e outros pequenos animais em fuga. Gostam de sub-bosque denso e são inquietos, de movimentos rápidos, difíceis de ver em detalhes. A maioria tem padrão de colorido bem definido e dimorfismo sexual.  Têm vocalizações frequentes e fortes, que chamam a atenção. Ninhos em forma de taça.

CHORÓ-BOI  Taraba major

Comum, de ocorrência ampla em sub-bosque de capoeirinha, capoeira e borda de mata. Crista curta despenteada. Bico forte, terminado em gancho, olho vermelho.



O macho preto por cima, faixas brancas nas coberteiras da asa, cauda com barras brancas. Branco por baixo, na fêmea ferrugíneo no lugar do preto, a asa e cauda sem branco.
 
 
Único papa-formigas com esse padrão de preto ou ferrugínero com branco. Em casal, frequenta folhagem densa, às vezes em bandos mistos pouco coesos. Manso, mas é mais ouvido que visto, o canto é uma série de notas “cã” anasaladas, cada vez mais rápidas, muitas vezes terminando com uma nota “crããã” mais grave, como um resmungo. Dá também diversos chamados rascantes.

As CHOCAS  Thamnophilus doliatus  são papa-formigas de tamanho médio, com bico terminado em gancho. Vivem em áreas arbustivas e no sub-bosque de matas, geralmente em casal algumas espécies costumam juntar-se a bandos mistos. Todas vocalizam constantemente.

CHOCA-BARRADA Thamnophilus doliatus

Comum de ocorrência ampla em macega, vegetação arbustiva densa na beira de mata, capoeira e pomares. Crista arrepiada. Olho amarelo. O macho preto barrado de branco por cima, coroa preta, muitas vezes com branco semioculto, nuca de lados da cabeça mais estriados.


Por baixo, branco barrado de preto, a fêmea canela-vivo  por cima, nuca e lados da cabeça estriados de branco-sujo e preto, por baixo , pardo-alaranjada. Mesmo onde é numeroso, ver.



Em casal. Saltita e examina a folhagem a sua volta, buscando insetos, não se junta a bandos mistos. Muito mais ouvido que visto, o canto é uma série sonora e rápida de notas anasaladas que se aceleram, “hã-hã-hã-hãhãhãhãhã!” terminando numa nota bem distinta; lembra uma risada. Ao cantar, o macho costuma erguer a crista e abrir a cauda e ás vezes balança o corpo, a fêmea pode ecoá-lo, com um canto mais agudo e em geral mais curto.




As CHOCAS”CINZENTAS”, todas muito parecidas entre si, são papa-formígas pequenos , com dimorfismo sexual e manchas brancas na asa. São típicas integrantes dos bandos mistos de sub-bosque da mata.

CHOCA-DO-PLANALTO Thamnophilus pelzelni
Razoavelmente comum, de forma localizada, em sub-bosque de cerradão e de mata de galeria.


O macho cinza, com coroas preta e costas mescladas com preto, asa preta com marcas brancas bem visíveis, cauda e coberteiras pretas. Com pontas brancas. Por baixo cinza, barriga mais branca.



 A fêmea marrom por cima, coroa e costas mais acaneladas, asa com o mesmo padrão do macho. Por baixo pardo-alaranjada mais intenso no peito e mais pálido na barriga. Em casal pode juntar-se a bandos mistos bem dispersos, em geral é reconhecida de notas nasais bem enunciadas, que começa lenta, acelera em timbre e termina com um tremular. “hã-há-hahãhahahahahahã

 
O GÊNERO FORMICIVORA reúne papa-formigas bonitos, de cauda longa. Furtivos, mais ouvidos que vistos, vivem em formações arbustivas, não em mata. Na região, os machos tem uma faixa branca da sobrancelha aos flancos. As fêmeas bem diferentes entre si por baixo.

FORMIGUEIRO-VERMELHO Formicivora melanogaster

Razoavelmente comum, de forma localizada, em macega, cerrado, cerradão e sub-bosque de mata de galeria. O Macho marrom-ferrugíneo por cima com sobrancelha branca prolongando-se numa faixa até os lados do corpo.
 
 
 
Coberteiras da asa com muito preto e pintas brancas, penas da cauda com ponta branca, externas orladas de branco. Preto por baixo, com flancos pardos. Chamado mais frequente, um “tididi” rápido e áspero, repetido 12-15 vezes, ás vezes tão rápido que parece um trinado.

FURNARIÍDEOS

FURNARIÍDEOS formam uma família numerosa e diversificada de pássaros insetívoros, habitantes de mata ou de áreas abertas. Tem colorido discreto em tons de marrom, cinza e ferrugíneo. Muitos se ocultam na vegetação, mas traem-se por suas vozes sonoras e características. Alguns constroem ninhos de barro, em forma de forno, outros fazem enormes estruturas de gravetos ou, ainda aninham em ocos.

MARIA-DE-BARRO-DE-PÉ-BRANCO Furnarius leucopus

Razoavelmente comum, em mata de galeria e borda de mata. Prefere áreas na proximidade da água. Perna rosada, bico claro. Canela-vivo por cima, contrastando com coroa mais escura e com sobrancelha branca vistosa.




Garganta branca, alaranjado-vivo por baixo.  Bem menos conspícua que o joão-de-barro. O canto é uma sequencia descendente rápida de notas fortes, desacelerando no final, lembra muito o do João-de-barro.

JOÃO-DE-BARRO Furnarius rufus
Comum, de ocorrência ampla em áreas abertas, incluindo pastos, plantações e sedes de fazendas, também em cidades. Colorido uniforme. Marrom-ferrugíneo por cima, mais cinzento na coroa.


Por baixo mais claro, garganta e meio da barriga brancos. Lembra vagamente um sabiá. Mais fácil de ver que as marias-de-barro, ambas com “sobrancelha” branca. Caminha decidido pelo solo e pousa em mourões, postes e árvores.






Todo ano, o casal constrói um ninho novo. Outras aves usam o ninho antigo até que se desfaça. Uma das aves mais populares do Brasil. Canto forte, dado em dueto pelo casal: uma série de notas abruptas e rascantes, que se intensifica e depois se atenua e desacelera, lembrando uma gargalhada.



CASACA-DE-COURO-DO-PANTANAL    Pseudoseisura unirufa
Razoavelmente comum na borda de mata de galeria e cerradão e perto de sedes de fazendas, no Pantanal. Olho amarelo. Grande, todo ferrufíneo, com um topete arrepiado, ás vezes com um ouço d cinza. Única ave dessa cor com topete.

Em geral arborícola, pode descer ao solo, onde saltita ou caminha com passo inseguro. O casal costuma ficar por perto do ninho, grande, chamativo e feito de gravetos. A vocalização, forte, inconfundível e dada em dueto é ouvida com frequência; uma ave dá uma série descendente de notas “tchip”, que acelera até um tremor contínuo; o parceiro dá uma série rápida de notas “tche”; o fim é meio hesitante. Lembra a voz do João-de-barro.







ARAPAÇUS Dendrocolaptídeos

ARAPAÇUS  Dendrocolaptídeos

Aves com colorido discreto, com asas e cauda ferrugéneas. Sobem por troncos e galhos grossos usando a cauda rígida como apoio, enquanto enfiam o bico em frestas e epífitas. Aninham em cavidades, como ocos de árvores. Mais ouvidos que vistos, seus cantos  fortes ajudam na identificação.

O GÊNERO XIPHORHYNCHUS inclui arapaçus de identificação em geral complexa, mas na região só quatro espécies, fáceis de separar. Bem rajadas, tem bico um tanto robusto.
ARAPAÇU-DO-CERRADO Lepidocolaptes angustirostris
Razoavelmente comum, de ocorrência ampla em mata e capoeira rala, cerrado e pastos com árvores. Bico longo, estreito, curvo e claro. Por cima, ferrugíneo intenso.


Coroa enegrecida, rajada de pardo, sobrancelha branca vistosa, por baixo, branco-sujo. Único arapaçu em áreas abertas, é pouco provável confundi-lo.



Elegante, sobe também por postes de luz e mourões de cerda, procurando insetos e aranhas, frequenta o entorno humano, em pomares e currais. O canto é uma série forte de notas claras e vem enunciadas, que podem acelerar e depois ir sumindo,         “pií, pi-pi-pi-pipipipipipepe”.




O GÊNERO DENDROCOLAPTES inclui arapaçus grandes, de bico forte. vivem em matas e capoeiras e são discretos, por vezes passando despercebidos.




ARAPAÇU-BEIJA-FLOR Campylorhamphus trochiliostris
Escasso, em sub-bosque de mata de galeria, em cerradão e capoeiras, talvez mais comum no Pantanal. Inconfundível, com bico espetacular, muito longo (7 cm) e curvo, avermelhado (bem intenso em alguns indivíduos).


Na maior parte da distribuição, marrom-ferrugíneo-claro ou branco; asas e cauda castanho-ferrugíneas. Garganta esbranquiçada; por baixo, marrom com estrias pardas orladas de mais escuro. No Pantanal e arredores, é maior com bico ainda mais longo, e tem plumagem mais clara e mais avermelhada.


Apesar do bico longuíssimo, alimenta-se como os outros arapaçus: escala troncos e galhos grossos a altura variável, muitas vezes bem baixo. Enfia o bico em fendas da cortiça e entre as epífitas. Costuma juntar-se a bandos mistos. O canto é uma série de assobios musicais, que lembra o dos formicariídeos; variado, pode ser uma série descendente e cada vez mais lenta de notas, “tuí-tuí-tuí-tuó-tuó”, ou ascendentes, “tuí-tuí-tué-tué”, ás vezes começa com um trinado. Ao agitar-se dá um chiado forte e penetrante.



ARAPAÇU-GIGANTE Xiphocolaptes major

Escasso em cerradão e mata de galeria, às vezes sobre árvores em áreas abertas nos arredores; no Pantanal. Muito grande, quase todo ferrugíneo. Bico longo, pesado e um tanto curvo, cinzento ou cor de chifre. Ferrugem intenso por cima, cabeça mais clara e mais amarronzadas, loros enegrecidos. Por baixo, ferrugíneo mais claro.




Em alguns indivíduos, leve estriado no peito e barrado escuro na barriga. Inconfundível, pelo tamanho enorme. O arapaçu-gigante é chamativo, mas nunca é numeroso, e tem territórios muito extensos, de modo que não é encontrado com frequência. Alimenta-se, sobretudo escalando troncos e galhos maiores; também costuma descer ao solo, onde saltita desajeitado e chaga mesmo a revirar o folhiço. Em geral sozinho ou em pares. Pode ser bastante confiado. O canto, de logo alcance e inconfundível, é uma série algo descendente de notas assobiadas, bissilábicas, intercaladas a notas anasaladas e cacarejos.


ARAPAÇU-GRANDE Dendrocolaptes platyrostris

Escasso, em sub-bosque de mata e capoeira, esta ausente de grande parte do Pantanal. Bico reto.
Marrom por cima, com a cabeça estriada de pardo, garganta branca rajada de pardo, demais partes inferiores marrons, com estrias claras no peito e a barriga vagamente barrada de preto. O canto é uma série rápida de notas “uic” bem distintas, às vezes atenuando-se no fim.


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

PICA-PAUS (picídeos)

PICA-PAUS (picídeos) Agarram-se a troncos e galhos, apoiados nas penas caudais rígidas. Muitos tamborilam, isto é, golpeiam a madeira rapidamente com o bico para anunciar seus territórios. Os pica-paus-anões, diminutos não usam as caudas curtas como apoio.

PICA-PAU-ANÃO-ESCAMADO Picumnus albosquamatus

Razoavelmente comum em cerradão, mata de galeria e capoeira, às vezes ambiente mais aberto. No Pantanal com coroa mais preta, salpicada de vermelho na testa e branco atrás. Marrom-cinzento por cima, garganta e peito escamados de preto e branco, barriga mais parda. Cauda preta com bordas brancas. A fêmea com coroa salpicada de branco. 





O GÊNERO VENILIORNIS reúne pica-paus pequenos e pouco vistosos, oliváceos  por cima, rajados ou barrados por baixo.
PICA-PAU-CARIJÓ Chrysoptilus melanochloros
Razoavelmente comum, de ampla ocorrência em cerradão, mata de galeria, cerrado e áreas abertas com árvores. Às vezes incluído no gênero Colaptes. Por cima, verde amarelado barrado de preto, testa preta, nuca e bigode vermelhos (este último preto na fêmea).

Face branco creme. Garganta rajada de branco e preto, por grandes pintas pretas. Sozinho ou em casal, alimenta se em árvores e pode descer ao chão, come sobretudo formigas, mas também frutos. O chamado mais frequente é um “kip!” alto e ressonante, que pode repetir várias vezes, o canto, dado a partir de um poleiro elevado, é uma série rápida de notas “kiu”.


PICA-PAU-DO-CAMPO Colaptes campestris

Comum, de ocorrência ampla em áreas abertas. Colonizou pastos e plantações muito melhor que a maioria das outras aves de campo e cerrado. Coroa e garganta pretas, face, lados do pescoço e papo amarelo vivos, bigode pouco visível, salpicado de vermelho no macho e de brando na fêmea.

Por cima, barrado de preto e branco, por baixo branco escamado de preto. Improvável confundi-lo, compare com o pica-pau-carijó, com o qual pode estar junto.



Fácil de ver, muitas vezes no chão, onde pega formigas e cupins; pousa em arvoretas e postes de luz e descansa em mourões de cerca ou cupinzeiros. Aninha em tocas escavadas em troncos, postes e cupinzeiros. Dá chamados fortes e penetrantes, com um “uic, uic, uic” repetido, também, “chãchãchã” rápido, de onde veio outro nome popular, chanchã.


BIRRO Leuconerpes candidus
Razoavelmente comum, de ocorrência ampla em borda de mata, cerrado, áreas agropecuárias e pomares. Às vezes incluído no gênero melanerpes. Olho branco. Pele nua amarela ao redor do olho. Branco com dorso e asas pretos. Estria preta do olho ao dorso, cauda preta, nuca e meio da barriga amarelos. Inconfundível, não há outro pica-pau com tanto branco.

Chamativo e fácil de detectar, prefere ambientes abertos. costumam pousar em troncos secos e em postes de madeira. Vive em bandinhos de 4 ou 5 aves que ocupam grandes áreas de vida. Visto com frequência cruzando áreas abertas, em geral em grupo, num voo alto, menos ondulado que o de outros pica-paus. Alimenta-se de frutos silvestres e cultivados e também de insetos. O chamado característicos, ouvido de longe, é um “huirr” constante e anasalado (de onde vem o nome popular). Muitas vezes  dado durante o voo.


PICA-PAU-DOURADO-ESCURO  Piculus chrysochloro

Escasso, em cerração e mata de galeria, no Pantanal e localmente no N da região. O macho todo oliva por cima, com coroa e bigode vermelhos; longa estria amarela na face.



Por baixo, barrado amarelado e oliva-escuro, vem nítido. A fêmea com cora oliva, bigode preto, na região, é o único pica-pau com barrado tão evidente nas partes inferiores. 




Sozinho ou em casal, visto a qualquer altura na mata e vem baixo em ares abertas. Alimenta-se de formigas e cupins. Em geral silencioso, ocasionalmente dá um chiado abafado, 2-3 vezes em rápida sucessão



PICA-PAU-PEQUENO  Veniliornis passerinus

Relativamente comum, de ocorrência ampla em mata, cerradão e áreas vizinhas com árvores esparsas. Pequeno, colorido apagado, o macho com cabeça cinzenta, nuca vermelha.


Oliva-amarelado por cima, cauda escura. Por baixo, oliva-cinzento com barrado claro indistinto. A fêmea sem nuca vermelha. Sozinho ou em casal, a qualquer altura na mata, frequente em locais abertos e fácil de ver. Não costuma juntar-se a bandos mistos, pousado num pleiro elevado, dá um “kikikiki...” que acelerando.




O GÊNERO CELEUS Celeus flavus inclui pica-paus de crista arrepiada e  bico amarelo. Vive em ambientes florestais e costumam ser poucos numerosos. Em geral detectados só pelas vocalizações fortes e ressonantes.



PICA-PAU-LOURO Celeus lugubris


Escasso em cerradão, mata de galeria e ciliar e capoeira, no Pantanal e arredores. Cor geral marrom-castanha, cabeça pardo-amarelada, exceto pela área marrom ao redor do olho e por um bigode, que é vermelho no macho e marrom na fêmea, rabadilha pardo-amarelada, dorso e coberteiras da asa com um leve escamado pardo.


 O chamando é um “kri-kri-kri” forte e ressonante.


O GÊNERO CAMPEPHILUS inclui pica-paus vistosos e grandes, de bico comprido e longa crista pontuda.


PICA-PAU-DE-TOPETE-VERMELHO  Camphilus melanoleucus
Escasso, de ocorrência ampla em mata, capoeiras e bordas. Crista pountuda bem evidente, olho amarelo, vico córneo escuro. 

O macho preto por cima, com cabeça vermelha, mancha branca na base do bico, manchinha preta e branca nas coberteiras auriculares, uma linha branca estende-se pelos lados do pescoço e das constas, quase convergindo num "V" no baixo dorso. Garganta e papo pretos, peito e barriga barrados de preto e pardo.

A fêmea com preto na testa e parte fontal da crista, continuando ao redor do olho,  e larga faixa branca pela face em continuidade à linha branca do pescoço.




É essencialmente florestal e aparece pouco em locais abertos. Em casal, às vezes pequenos grupos, talvez familiares, escala troncos e galhos mais grossos, em todos os  estrados da mata. Ás vezes permanece um longo tempo na mesma árvore ou galho seco, arrancando pedaços de cortiça e escavando fundo na madeira. Ouve-se com frequência seu tamborilar potente e de longo alcance, uma pancada muito forte seguida de bários golpes mais fracos.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

TUCANOS E ARAÇARIS (Ranfastídeos)

TUCANOS E ARAÇARIS (Ranfastídeos) São aves grandes e espetaculares, de bico longo, comprido, lateralmente e em geral colorido, muito leve por ser todo oco. Com ele, apanham frutos, a base de sua deita, a maioria ocorre no dossel de matas e capoeiras, enquanto o tucanuçu é de campo aberto. A maioria das espécies vocaliza bastante, produzindo vários sons pouco musicais.

GÊNERO PTEROGLOSSUS inclui araçaris delgados e coloridos, com bico longo e caudas longas e graduadas. Vivem em matas e capoeiras, geralmente em grupos, e são barulhentos e fáceis de detectar. Aninham em ocos de árvores (podem usar buracos cavados por pica paus). Pernoitam comunitariamente, às vezes todos juntos no mesmo oco usado na reprodução.


ARAÇARI CASTANHO Pteroglossus castanotis
Razoavelmente comum, de ocorrência ampla no dossel e borda de mata, capoeira e cerradão; único Pteroglossus na maior parte da região, inclusive no Pantanal. Maxila laranja, com base marrom escura, cúlmen preto, mandíbula preta.



Olho branco, pele azul ao redor. Cora preta, face, pescoço e colar nucal castanho alaranjados, dorso e asa oliva escuros, rabadilha vermelha, mancha preta no peito, partes inferiores amarelas, atravessadas por cinta vermelha, coxa marrom. Comportamento como o da espécie anterior, mas habita ambientes mais abertos, sendo mais fácil de ver. O chamado é um grito agudo e áspero, “scriip!” em geral repetido várias vezes.

TUCANOS  são bem conhecidos por seus bicos extraordinários, mais longos nos machos. Têm  padrões de colorido atraentes, com predomínio do preto. Consomem, sobretudo frutos, também comem insetos e podem predar pequenos vertebrados e ovos de outras aves. Aninham dentro de ocos em troncos de árvores.


TUCANUÇU Ramphastos toco
O maior dos tucanos, vistoso, é uma das espécies símbolos da região e uma das abes mais populares do Brasil. Bico muito longo, amarelo e laranja, com uma gota preta na ponta da maxila, em alguns machos particularmente bicudos, o bico parece tão longo quanto o corpo!  Pele nua laranja e anel ocular azul ao redor do olho. Preto, com garganta e papo brancos.


Ocorre em ambientes mais abertos. Vive em casais ou bandinhos, em geral fáceis de observar enquanto voam de árvore em árvore, em fila indiana, ou pulam de um galho a outro. Costuma pousar em galhos secos, quase como se quisesse chamar a atenção para seu bico fora do comum. Alimenta-se de frutos, inclusive cultivados, e também de presas animais; além de insetos, preda filhotes e ovo de outras aves.



 Às vezes voa a grande altura, com batidas de asa rápidas intercaladas com longos planeios, é capaz de atravessar extensas áreas abertas. Pode visitar comedouros, tornando-se  muito manso. Costuma se mais silencioso que seus parentes; o chamado é um resmungo grave, dado numa curta série.